Andorinhas
É claro que, nos meses frio, as andorinhas não poderiam fazer seus ninhos na chaminé da minha lareira, já que ela é usada quase que diariamente. Sinto saudades delas, do ninho feito com gravetos e do trabalho intenso na hora de construí-los. É comovente ver o macho carregar insetos no seu bico para alimentar sua companheira quietinha, incubando os ovos que logo, logo trarão para família três, quatro, até cinco filhotes.
Já aconteceu de cair do ninho um filhote e tivemos que alimentá-lo com uma papinha especial, comprada em um pet-shop. Não foi possível devolvê-lo a seus pais porque o ninho estava em um galho inatingível.
Aprendemos que era muito difícil proporcionar um alimento igual ao fornecido pelos pais e que não deveríamos dar-lhe água de falsa via e afogar o bichinho. Conseguimos criá-lo em um ninho artificial feito com papel higiênico macio e mantido sempre quentinho com uma lâmpada incandescente, dia e noite.
Ah! Mais uma coisa importante que nos disseram: nunca colocar as mãos no filhote sem luvas: o cheiro humano ficaria impregnado e a andorinha seria rejeitada mais tarde pelo bando. Foi um triunfo vê-la voar!
Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos.