Libélulas
Tenho certeza (risos) de que elas inspiraram o projeto dos helicópteros.
Mas gracinhas aparte, lembrei de citá-las pelo fato de serem as maiores predadoras do mosquito da dengue (Aedes aegypti). Isto graças a vários fatores, como o de seus olhos com um campo visual de 360º e o de conseguir voar a uma velocidade de mais de 80 km por hora, além de não se contentarem devorando o mosquito como também suas larvas. Para atraí-las podem ser cultivadas várias plantas cujas flores estimulam a presença destas “lavadeiras”, como também são conhecidas. A crotalária – uma leguminosa com lindas flores amarelas – a margarida-amarela (Rudbeckia hirta), a zínia que igualmente encanta borboletas, o alecrim, a cavalinha e nos lagos as ninféias, o aguapê-de-flexa (Sagittaria montevidensis) e nas margens desses espelhos d’água o mussambê (Cleome hassleriana) uma planta nativa com floradas abundantes nas cores que vão do branco ao roxo, passando por matizes cor-de-rosa.
Certamente não devemos combater o mosquito apenas atraindo libélulas, mas juntamente com medidas de higiene que evitam acúmulo de lixo, água parada em vasilhas, calhas, pneus, etc; piscinas sem tratamento de água com cloro e qualquer outra situação onde as fêmeas desse pernilongo-rajado, deposite seus ovos. Porém, é bom lembrar que o equilíbrio entre a fauna e a flora permite uma relação eficiente entre o predador e a presa, evitando o uso abusivo de inseticidas.
Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos.