Vaso com suculentas
Muito fácil de cuidar porque não precisam de regas frequentes.
Eu tinha treze anos quando meu pai construiu uma estufa para mim. Moderna para a época, tinha cobertura translúcida feita de fibra de vidro. Junto com ela ganhei o início do que seria uma coleção de cactos e plantas suculentas. Obviamente esta era uma maneira sutil de seguir a saga de uma família de jardineiros e paisagistas. Mas gostei, e muito, tanto que fiquei fanático por todas aquelas nas quais a raiz, o talo ou as folhas eram grossos para armazenar água em quantidades muito maiores que nas outras plantas. Esse “jeitinho” lhes permite manter reservas de umidade e nutrientes por muito tempo, e sobreviver em ambientes áridos e secos, onde outras plantas não conseguiriam resistir.

Sedum pachyphyllum

Sedum rubrotinctum
Para captar a pouca umidade ambiente, algumas têm as folhas cobertas por uma penugem e, desse modo, conseguem reter o minguado orvalho da manhã. Outras formam uma camada de cera na superfície dos talos e das folhas que, na maioria das vezes, são diminutos para evitar a transpiração excessiva. Já os cactos, em lugar de folhas, possuem espinhos que cumprem a dupla função de segurar água e proteger a planta dos animais, sempre sedentos nessas regiões áridas.
Além do mais, são pouco afetadas por doenças ou pragas e não dependem de adubações constantes para sempre estarem bonitas. Só têm uma exigência: sol, bastante sol.
Há milhares de suculentas, classificadas em famílias. A grande maioria pertence às aizoáceas, as cactáceas e as crasuláceas, com quase 4000 espécies, somadas as três. A seguir, uma tabela mostra as espécies mais numerosas:
FAMÍLIA |
Nº ESPÉCIES |
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA |
---|---|---|
Agavaceae |
300 |
Américas Central e do Norte |
Aizoaceae |
2000 |
Sul da África e litoral americano |
Apocynaceae |
500 |
África, Península Arábica e Índia |
Asphodelaceae |
500 |
África e Madagascar |
Cactaceae |
1600 |
América |
Crassulaceae |
1300 |
Global |
Didiereaceae |
11 |
Madagascar |
Euphorbiaceae |
500 |
África, Madagascar e Índia |
Preparação do vaso
Neste vaso colocamos:
- 1. 5cm de pedra britada N° 2 (Malha 30 milímetros) no fundo do vaso.
- 2. Por cima 5cm de carvão de lenha, em pedaços pequenos, mais ou menos com 5cm de diâmetro.
- 3. Uma camada de areia grossa lavada, de rio, com 5cm.
- 4. Preencher o resto do vaso com um solo composto de:
- 50% de areia grossa,
- 20% de solo comum argiloso,
- 30% de substrato fibroso, pode ser fibra de coco,
- 30g de calcário dolomítico,
- 10g de Yoorin Máster.
As espécies utilizadas foram:
- Aeonium arboreum “Rubrum” (os mais altos)
- Aeonium arboreum “Zwartkop” (os de altura logo abaixo dos anteriores)
- Echeveria fasciculata (as “rosetas” cor-de-rosa)
- Hylotelephium sieboldii (de estrutura pêndula à esquerda)
- Sedum acre (pendente que encobre o vaso)
Semanalmente (menos no inverno, nas regiões frias do país) regar o solo com 1g de NPK na fórmula 6-6-10 + magnésio, diluída em 1 litro de água mineral ou filtrada.
Meu pai me ensinou a cuidar deles e até agora sigo seus ensinamentos.
Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos.