Socratea exorrhiza
paxiúba, castiçal, zancona
Uma palmeira singular, já que possui raízes aéreas muito espaçadas e espinhentas, com quase dois metros de altura, dando a impressão que anda. O caule é fino, com quase 18 centímetros de diâmetro. Suas folhas pinadas, de aspecto plumoso e em número de sete, formam uma coroa folhar estreita e as flores amareladas são polinizadas por besouros.
Em Costa Rica é chamada de “palmera que camina”, já que possuiria o dom de trocar de lugar, saindo, por exemplo, da sombra projetada por uma árvore, por meio do nascimento de novas raízes e do apodrecimento das existentes, permitindo, dessa maneira, movimentar-se; entretanto isto não passa de um mito, a Socratea exorrhiza não muda de lugar. Suas raízes, que emergem do solo, seriam uma forma de viver em solos muito úmidos e até encharcados, frequentes na Amazônia. Entretanto, é mais provável que essas raízes sirvam de sustentação para o tronco fino que possui, possibilitando que cresça em direção a luz solar, com rapidez e sem a necessidade de engrossar o diâmetro do tronco ou aumentar o número de raízes. A paxiúba hospeda várias epífitas, como samambaias, aráceas, bromélias e orquídeas.
No paisagismo merece destaque, usando-a como ponto focal e acompanhada por forrações como Iris pseudacorus – iris-amarelo, Zantedeschia aethiopica – copo-de-leite, Crinum erubescens – açucena-do brejo ou Cyperus papyrus “Nanus” – mini-papiro, plantas que apreciam terrenos muito úmidos, como ela.
O nome genérico foi uma homenagem ao filósofo ateniense Sócrates (470–399 a.C) e exorrhiza é o epíteto de “raízes externas”.
É multiplicada por sementes, coletadas junto a planta-mãe e colocadas em água por 24 horas, para quebrar a dormência. Depois de semeadas em substrato arenoso e mantido úmido, germinam em cinco ou seis meses.
- Sinônimos estrangeiros: walking palm, cashapona, (em inglê ;s); rallador, zancona, bonbón, mulato, chinku, puna, shikita yura, tepa, (em espanhol).
- Família: Arecaceae.
- Características: palmeira escultórica.
- Porte: de 8 a 12 metros de altura.
- Fenologia: nas épocas de seca.
- Cor da flor: amarelo-creme.
- Cor da folhagem: verde azulado.
- Origem: América Central e norte de América do Sul, no Brasil: Pará, Roraima, Maranhão, Are, Amapá e Amazonas.
- Clima: tropical/subtropical.
- Luminosidade: sol pleno a sombra moderada.
Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos.