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Paisagismo e Jardinagem

Clima Parte II – Clima e microclima: ventos, chuvas e temperatura

VentosNo habitat, onde a planta vive, o fator preponderante é o clima e não o solo como muitos pensam; a área de cultivo pode ser melhorada acrescentando: substratos, condicionadores, areia, adubos e outros produtos, não entanto o conjunto de condições meteorológicas de uma região não pode ser modificado, talvez, no máximo, atenuado mediante renques corta-ventos, açudes e outros recursos para diminuir os efeitos das geadas ou da seca. Uma área verde, quando bem implantada, poderá garantir as espécies existentes nela, com os nutrientes necessários e, uma rega equilibrada proporcionada por um sistema de irrigação. Porém terá que padecer sempre as condições climáticas, nem sempre estáveis na região dos trópicos, onde os invernos sofrem períodos em que a temperatura eleva-se, lembrando os meses de mais calor. Os prognósticos climáticos de um local, especialmente quando é densamente habitado, são inseguros e mutáveis; o meteorologista poderá deduzir, por intermédio dos registros dos últimos anos de uma determinada região, que ela tem invernos secos e verões chuvosos, mas dificilmente poderá anunciar aguaceiros ou garoas, com hora marcada. Da mesma forma, a temperatura sobe durante o dia e pode cair consideravelmente a noite, fugindo das previsões dos meteorologistas que noticiam temperaturas médias(máximas ou mínimas); contudo a planta não responde a uma temperatura média e, não tendo a capacidade de regular sua própria temperatura, reage a temperatura que de fato existe.

Chuvas

Analisando superficialmente, o trópico deveria ser a região ideal para o cultivo de plantas, já que a temperatura alta é constante durante o ano todo; assim os paisagistas equatorianos, colombianos, malaios e quenianos e outros que trabalham junto a linha do Equador, como é o caso de meus amigos em Belém do Pará, seriam privilegiados; no entanto a realidade nos mostra outra coisa, a maioria das árvores e arbustos caducifólios de climas temperados, não desenvolvem bem nessas regiões permanentemente quentes, em contra partida, muitas espécies tropicais se comportam favoravelmente longe dos trópicos: Phoenix roebelenii, Alocasias, Sansevierias, Hibiscus, maracujás e até abacaxis, só para lembrar alguns, aclimatam-se melhor nos Pampas, em latitudes de 30º a 38º, do que plátanos, carvalhos, rododendros, glicínias, ciclames e macieiras, na faixa equatorial.

A fitogeografia explica a distribuição das plantas no planeta, levando em conta não apenas as latitudes, mas principalmente o relevo do solo e suas conseqüências climáticas.

TemperaturaUma montanha mostra, claramente, uma escala completa de temperaturas: tropical, subtropical, temperada, subantártica e antártica; isto se pode experimentar nos Andes equatorianos onde o Monte Chimborazo alcança 6.310m, ou no Monte Kirinyaga, no Quênia, que se eleva a 5.200m sobre o nível do mar; curiosamente as duas elevações estão localizadas na linha do Equador, portanto no sopé das duas, a temperatura é muito alta, no obstante isso, os cumes sofrem baixíssimas temperaturas; para se ter uma ideia, escalar 5.000m equivale a deslocar-se 8.500 km desde a linha equatorial, em direção aos pólos.

Da vegetação tropical, na base da montanha, passamos para bosques de árvores, encontrando, na medida em que subimos agrupamentos de coníferas (cedros, juniperos, tuias, ciprestes, araucárias, pinheiros, etc.). Por fim atingimos a zona de tundra, caracterizada por uma vegetação acabrunhada e prostrada onde, de forma descontinua, surgem gramíneas, líquenes e raramente coníferas e árvores com 20 cm de altura; estas formações, normalmente, cessam a 300m das neves perpétuas.

Nas regiões montanhosas os bosques começam a ficar ralos, não apenas por uma questão de altitude, mas por causa do frio. Nos trópicos a linha do bosque atinge por volta de 4.000m, já na Sierra Nevada, na Califórnia, ou aqui no Hemisfério Sul, 350 km ao sul de Santiago do Chile, esta linha fica entre 3.000 e 3.600 m; nos Alpes crescem árvores até uma altura de 1.800m acima do nível do mar; no Andes argentinos, próximos a cidade de Esquel, na Província de Chubut, os bosques de lengas, alerces e coihues podem ser vistos até uma altura de 1.500m e, no extremo Sul, nas montanhas fueguinas, perto de Ushuaia, entre 300 e 600m.

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