Halloween? Sou Contra!
Festeja-se nos países de língua inglesa este evento simpático originado nos povos Celtas que habitaram na Europa até século I d.C.
Mas eu me pergunto: o que tem a ver isto com a nossa cultura? Por estas bandas falamos português e não temos nenhuma ligação com essas influências célticas, portanto não consigo entender o porquê dos festejos do Dia das Bruxas em terras tupiniquins.
Já sei, vocês vão argumentar que a globalização é necessária para “unir os povos”. Então por quê não divulgar, em lugar do halloween, nosso folclore riquíssimo ao mundo? Querem ver? Por aqui temos o Boitatá, gênio protetor dos campos; o boto cor-de-rosa, personagem de uma das lendas mais populares da Amazônia; o Caipora, protetor da caça; o Curupira – meu personagem favorito – protetor das florestas; a Iara, sereia dos rios e lagoas; o Macunaíma, nosso herói lendário e o brincalhão Saci-Pererê, imortalizado por Monteiro Lobato. Aliás, para quem não sabe, existe o Dia do Saci, que é celebrado exatamente no dia 31 de outubro, data oficializada no Estado de São Paulo; em Vitória (ES); Poços de Caldas e Uberaba (MG) e Fortaleza e Independência (CE).
O Saci-Pererê, que ganhou destaque no “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, série da Globo de 1977-1986 e 2001-2007, usa uma carapuça sobre a cabeça que lhe propicia poderes mágicos e, fora as travessuras que assustam cozinheiras e viajantes, o Saci é um sabedor iluminado que guarda nas matas os segredos das plantas medicinais, sendo um sabedor no preparo das infusões curativas bebidas nas comunidades rurais do Brasil.
Agora, me diga sinceramente se ele não retrata melhor nosso folclore. Ele ou tantos outros personagens lendários que vão se perdendo por causa das invasões culturais que influenciam nossos valores, nossas tradições, nossa língua e nossas crenças.
Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos.
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4 Comments
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Voce tem razão. Tudo depende da divulgação e do interesse por trás disto!!!!!!
Os interesses, Madalena, são na maioria das vezes mesquinhos e indiferentes com a essência da nossa cultura.
Abraços
Boa tarde, Raul
Estamos totalmente de acordo com suas idéias a respeito do “importado” Halloween. Muita gente diz que toda cultura brasileira teve, obrigatoriamente, de vir de outros povos.
Enfim, infelizmente, convivemos com essa situação, vendo as crianças e adolescentes se envolverem nessa “cultura” americana.
E a indústria, comércio, escolas, mídia e todos os interessados nessa “moda” que pode trazer lucros.
“Tempos modernos”!
Um abraço,
Regina Abreu
Obrigado pela mensagem, Regina.
É importante ressaltar a diferencia entre simples ufanismo – vangloriando-nos por méritos inexistentes – e o sentimento de apreço e respeito à pátria, com seus símbolos, tradições e manifestações artísticas.
Abraços