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Paisagismo e Jardinagem

Minhas lembranças no Parque Trianon

O que eu sempre soube é que o Parque do Trianon era assim chamado porque existia do outro lado da Avenida Paulista, que nos anos 40 e 50 tinha uma só pista larga de duas mãos, havia um Belvedere do qual se gozava a vista da Avenida 9 de julho e do centro da cidade, chamado Trianon por causa de um Restaurante famoso que ali existira nos anos 30. Esse Belvedere foi destruído para abrigar a primeira edição da Bienal de São Paulo ocorrida em 1954. Lugar que lembro muito bem porque íamos com nossas Babás para ver a vista.

Recriação do Belvedere que, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo (1851 — 1928) em 1916, possibilitava uma vista que se prolongava até o vale do Anhangabaú. O luxuoso restaurant Trianon era palco de jantares e de festas marcando sua presença como o local perfeito para a sociedade paulistana, sendo ocupado mais tarde pela escola de danças de Madame Poças Leitão, que ensinava rapazes e senhoritas da sociedade a dançar o foxtrot. Foi demolido em 1953 por ordem do prefeito Jânio Quadros, para a construção do MASP

O Parque, portanto, herdou o nome desse restaurante! Contudo, seu nome de criação era Parque Villon em homenagem ao francês Paul Villon que o criou com uma parte remanescente de Mata Atlântica em 1892.

Na década de 30, foi rebatizado Parque Tenente Siqueira Campos. Disso eu nunca soube, porque para nós que o frequentamos mais tarde, sempre foi o Parque do Trianon.

Lembro-me de brincar na areia como se fosse na praia. Havia clareiras no bosque que eram cobertas com areia para as crianças aproveitarem. Voltávamos para casa com os sapatos cheios dessa areia! Era obrigatório esvaziar o calçado no jardim antes de entrar em casa.

Também projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo com paisagismo do francês Paul Villon (1841 – 1905) , o Parque Trianon teve seu nome mudado para Parque Siqueira Campos, nome de uma dos heróis da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. Na época o terreno pertencia ao engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima (1845-1902) que doou a área do parque e do Belvedere à Prefeitura. O Parque Siqueira Campos é a única reserva remanescente de mata atlântica da região. Foi tombado pelo CONDEPHAAT e pelo CONPRESP.

Alguns anos depois, por volta de 1956, quando estudava no Colégio Dante Alighieri, situado atrás do parque, muitos alunos que cabulavam as aulas se abrigavam no Trianon para não serem pegos…
Cheguei a passear com meu primeiro filho, em 1961, pelo Parque do Trianon que começava a se mostrar mais concorrido. Espero que hoje o mantenham de modo a que os nossos netos e bisnetos tenham as mesmas alegrias da minha infância.

As imagens são uma reconstrução digital da Janela da História: https://www.janeladahistoria.com/

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6 Comments

  1. Boa noite Sandra! Você se lembra de ver bicho-preguiça no parque? Faço a biografia de uma senhora que me contou desses tempos. Obrigada!
    Zília Nazarian.

    • Bom dia Zília,

      Que interessante, muito obrigado pelo comentário!

      Abraços

  2. Sandra, boa tarde.
    A sra. tem fotos da Avenida dessa época?
    Chegou a entrar nos salões do Trianon?

    • Boa tarde Paulo,

      Que responde é Raul Cânovas. Infelizmente não temos essas imagens.

      Abraços

  3. Olá…por favor, chegou a conhecer os interiores (salões) do trianon?

    • Olá Paulo,

      Não cheguei a conhecer…infelizmente.

      Abraços

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