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Paisagismo e Jardinagem

Bromélias

Nidularium innocentii

Nidularium innocentii

Um estudo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz aponta que, em locais de interface entre o ambiente urbano e silvestre – como parques e encostas de morros –, as bromélias não possuem um papel importante na proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue. Para saber mais, seguem os links da pesquisa no final do texto.

Pertencentes a família das Bromeliáceas, estas herbáceas perenes somam aproximadamente 3.400 espécies, reunidas em 57 gêneros. As mais conhecidas são: Aechmeas, Alcantareas, Ananas, Billbergias, Cryptantus, Guzmanias, Neoregelias, Nidulariuns, Pitcairnias, Tillandsias e Vrieseas.

Neoregelia hybrida

Neoregelia hybrida

Elas crescem espontaneamente desde os 30° de latitude Norte (Península da Flórida, Louisiana e Sul do Texas) até os 40° de latitude Sul, na Província de Rio Negro, na Argentina e ate 700 km ao sul de Santiago do Chile. Poderíamos afirmar que são endêmicas em América se não fosse a Pitcairnia feliciana, nativa de Guiné, na África Ocidental, bem enfrente as praias sergipanas.

Cryptanthus bivittatus 'Minor'

Cryptanthus bivittatus ‘Minor’

Por esse motivo, pelo desconhecimento que os europeus tinham das bromélias e do próprio abacaxi (Ananas comosus) é que os marinheiros de Colombo ficaram tão entusiasmados com o aspecto e, claro, com o sabor desta fruta, que conheceram por primeira vez na Ilha de Guadalupe, nas Pequenas Antilhas. Contam que um dos moços da tripulação viu, logo que desembarcou algo diferente e colorido no meio da mata, ao aproximasse, meio desconfiado, mas com muita sede e uma enorme vontade de comer algo refrescante e suculento, cortou o abacaxi ao meio e enfiou a cara nele, sem medo de estar comendo algo que podia ser venenoso. É interessante lembrar que o tomate, por exemplo, esperou muito tempo ate ser degustado, por puro temor a ser tóxico.

Tillandsia funckiana

Tillandsia funckiana

Voltemos às bromélias e a seu uso nos jardins. Elas podem ser epífitas (instaladas sobre outros vegetais sem, entretanto alimentar se dele), terrestres ou rupícolas. Há espécies que não podem prescindir do sol e outras que necessitam da sombra das árvores para viver; para reconhecer de modo simples esses hábitos, basta olhar com atenção as folhas, quando verdes, moles e macias indicam que preferem luz solar indireta, se são de tonalidade acinzentada, avermelhada ou amarelada, de textura áspera e mais rígidas, não dobrando por causa da dureza é que precisam de luminosidade intensa, seis horas por dia, podendo ser cultivadas em áreas com orientação Leste (onde o sol nasce) ou Oeste (onde o sol se põe). Algumas bromélias alem de folhas duras, possuem bordas serrilhadas demonstrando que precisam de mais sol ainda, estas devem ser plantadas em direção ao Norte usufruindo nove horas de sol por dia. Como em toda regra há exceções, claro, contudo este método ajuda o paisagista na hora de escolher-las para seus projetos.

Aechmea, inflorescencia

Aechmea, inflorescencia

No Brasil são encontradas 40% das bromélias conhecidas, talvez seja por isso que foram batizadas com tantos nomes indígenas: carandá, carauá (cará=áspero, espinhoso; uá=o que come) caraguatá, carautá, croata, caraguá ou gravatá, como é mais apelidado popularmente. Na Mata Atlântica, nos campos de altitude, em áreas de restinga, nos campos rupestres de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso, na caatinga nordestina e em toda a Amazônia, as encontramos em estado silvestre, às vezes a mais de 2500 m de altura, no Pico da Neblina, no Amazonas; no Parque Nacional Itatiaia, entre Minas Gerais e Rio de Janeiro ou no Monte Roraima, no extremo Norte do país.

Algumas dicas:

  1. Mantenha o tanque, que é o receptáculo formado pelo alargamento das folhas, com água.
  2. Não use adubos foliares, já que podem manchar as folhas. Esterco bovino, bem diluído em água é indicado.
  3. Para as bromélias terrestres deve ser utilizado um substrato que garanta uma aeração boa e uma drenagem rápida.
  4. Ao plantar, a muda não deve ser enterrada demais, a base das folhas precisa ficar acima da linha do solo.
  5. Quando cultivadas em vasos, evite aqueles de plástico preto, já que absorvem muito calor, ressecando as raízes.
  6. As epífitas não usam substrato, devem ser fixadas nos troncos rugosos das árvores, principalmente onde nascem os ramos, colados aos troncos.

 

Links Fiocruz:

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6 Comments

  1. A minha bromélia era vermelha e depois de 6 meses a cor está ficando igual ao das folhas. Por que?

    • Cláudia,

      As bromélias são muito sensíveis à luz solar. Talvez a sua precise de mais horas de sol.

      Abraços

  2. Tenho algumas bromélias no meu jardim, como elas ficam com água parada gostaria de saber se há perigo de mosquito da dengue.
    grata

    • Olá Sonia,

      Leia com atenção a matéria acima. Em seguida acesse os links indicados. Tudo isto atenderá sua pergunta e elucidará de forma clara, respondendo sua questão.

      Abraços

  3. Obrigado por matérias lindas Raul, sempre venho aqui para te visitar,gosto do teu trabalho.
    Por favor se der me responda uma pergunta,todas as plantas envelhecem e morrem?
    Obrigado Raul!

    • Caro Roberto,

      O jardim exibe, desde sempre, a fugacidade da vida. Aceitar a caducidade de uma planta, cuidando-a, é uma forma de sustentar nossa ética.
      A percepção da transitoriedade da nossa existência nos leva sempre à ideia da morte, tida como a máxima expressão da fugacidade da vida. O medo do fim, deste ocaso, nos torna ignorantes na presença de uma árvore senil. Não compreendemos que findou um ciclo e que sua ausência permitirá a entrada de mais sol e seus restos servirão de adubos para os rebentos que surgem.

      Abraços

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