Plantas Companheiras e Plantas Antagônicas – Alelopatia
Fenômeno relatado desde a antiguidade, começa a ser estudado a partir de 1937 por Hans Molisch, um austríaco, que o denomina de Alelopatia. Allelon = mútuo e pathos = prejuízo.
Alelopatia passa então a ser definida como a capacidade ou propriedade que possuem algumas plantas de produzirem substâncias que volatizadas, lixiviadas, exudadas ou decompostas, inibem ou afetam ou promovem a germinação ou o crescimento e desenvolvimento de outras plantas .
É a capacidade de plantas superiores e inferiores, desenvolverem metabolismos secundários que liberados no ambiente de outras, influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento.
No entanto o termo pode ser aplicado a interações químicas entre outros organismos, tais como:
- interações químicas entre plantas da mesma espécie ou entre espécies diferentes;
- interações químicas entre plantas e insetos;
- interações químicas entre plantas e herbívoros;
- e todas as interferências entre os seres vivos, provocadas por substâncias químicas por eles elaboradas.
Certas espécies podem apresentar forte alelopatia entre seus próprios indivíduos, como método para promover a diversidade biológica nos ambientes naturais. Este fenômeno perturba a condução de culturas perenes como frutíferas, quando conduzidas por muitos anos com a mesma espécie na mesma área.
Exemplos de Alelopatia
Plantas incompatíveis
- Cebola, alho plantados com feijões;
- morango, tomate plantados com repolho, agrião;
- batata plantada com pepino, abóbora, girassol;
Plantas compatíveis
- Abóbora com milho;
- Alho-poró com aipo, cebola, cenoura;
- Batata com berinjela, couve, feijão, milho;
- Nabo com ervilha;
Ervas protetoras
Intercalar certas ervas aromáticas e medicinais nos canteiros e sulcos ou ao redor das covas é um bom meio de melhorar o sabor e a qualidade de muitas hortaliças, além de protegê-las contra certas pragas.
- Calêndula é inimiga natural dos insetos.
- Hortelã repele a borboleta da couve que resulta em lagartas.
- Manjericão repele moscas e mosquitos.
- Mastruço espanta pulgões.
Combinações úteis de plantas companheiras
Girassol e milho
Plantar girassol cercando uma roça de milho, porque as lagartas que atacam o milho, preferem comer o girassol e deixam o milho se desenvolver.
Gergelim e a saúva
As saúvas gostam muito das folhas do gergelim, porém as folhas do gergelim têm substâncias que acabam matando os fungos que alimentam as saúvas.
Caruru
O caruru, deve ser plantado ou permitido o seu crescimento livre nas ruas dos canteiros de beterraba. A vaquinha que corta as folhas da beterraba fica ocupada com as folhas do caruru.
Cravo de defunto
Plantado dentro das culturas controla os nematoides.
O estudo da Alelopatia tem se mostrado cada vez mais importante dentro da agricultura e de qualquer ecossistema. Tais informações possibilitam ao pesquisador identificar possíveis causas do insucesso no estabelecimento e persistência das culturas, principalmente das consorciadas, propiciando a adoção de práticas de manejo que auxiliem na seleção de espécies promissoras, de forma a evitar prejuízos que possam ocorrer decorrente desses efeitos.
Nascida em São Paulo.
Formada em Biologia pela USP em 1970.
Atua na Área de paisagismo há 20 anos.
Bom dia, eu gostaria de saber se entre as frutiferas tem problema de aleloparia. Plantei varias bem proximas e agora fico com esta duvida. Muito interessante esta materia… Existe algum livro mais específico sobre o assunto?
Obrigada
Oi Simone, obrigada pelo contato! As experiências de alelopatia estão mais focadas nas herbáceas , plantas de porte pequeno e que normalmente são plantadas bem juntas em sistema de consórcio . Mas com certeza deve haver tb relações favoráveis e desfavoráveis entre todas as plantas .
Tem bastante bibliografia a respeito, pesquise no Google ! Abcs e obrigada pelo interesse!
Informações importantissimas. Vou usar em minha horta. Grata Sonia
Isabel, muito obrigada pelo seu retorno! Sucesso na sua horta ! Abraços pra vc!
Quero saber como se comportam, do ponto de vista da alelopatia, alho e couves, alho e manjericões e alho e cebola.
Obrigado.
Caio
Oi Caio , boa tarde e obrigada pelo contato!
Pelas tabelas de alelopatia que eu consultei, me parece que não existe nenhum problema de plantarmos juntas estas espécies que vc mencionou ! Sucesso no seu plantio! Abçs
Obrigada pelas opiniões ! Vamos trocar experiências !
Incrível está matéria… muito importante compartilhar e o mais bacana… de forma objetiva e simples… fácil de entendermos e aplicar…
Oi Márcio,
Sonia vai gostar de seu comentário!
Marcio obrigada pelos seus comentários carinhosos e vamos continuar trocando informações e experiências!
Achei muito interessante,gostaria de saber se no paisagismo existe o mesmo procedimento?
Sim Antônio,
Gostaria que Sonia Cesarino – autora do texto – lhe responde-se, mas já me adiantando posso afirmar que, em termos botânicos, não há diferenças entre o que nós chamamos de plantas ornamentais e plantas hortícolas ou comestíveis.
Abraços
Antonio , o Raul tem toda razão ! Os conceitos da alelopatia valem para todas as plantas, mas com certeza os estudos se aprofundam mais entre as comercialmente mais importantes ou seja para aquelas que alimentam o mundo! Obrigada !