Um toque na Idade Média
É muito interessante como a vegetação tira a dureza dos ambientes
Durante a Idade Média (séculos V a XV) a Europa foi palco da construção de milhares de castelos. Nesta época, guerras eram muito comuns, e os senhores feudais, reis e outros nobres preocupavam-se com a proteção de sua residência, bens e familiares. No início, os castelos eram construídos com madeira, mas a partir do século XI passaram a ser construídos de blocos de pedra. Mais resistentes, eram erguidos em regiões altas, pois assim ficava mais fácil visualizar a chegada dos inimigos.
Em volta do castelo, geralmente, era aberto um fosso preenchido com água. Esta estratégia era importante para dificultar a penetração dos inimigos durante uma batalha. Cercados por muralhas, possuíam torres, onde ficavam posicionados arqueiros e outros tipos de guerreiros. Sendo assim, um fosso ficou caracterizado como uma escavação profunda e regular, destinada a impedir ou dificultar o acesso do agressor à linha de defesa de uma fortificação.
Nos tempos atuais, quando tentamos amenizar tantos impactos nas áreas urbanizadas, temos aqui um exemplo de jardim belíssimo que transforma a dureza de um fosso de castelo.
Visualizamos boas ideias nas fotos desta matéria, que podem ser aproveitadas em jardins menores, tanto públicos quanto privados, como maciços de rosas e floríferas, pequeno banco envolto por diferentes volumes de vegetação, desníveis com dormentes e pedras, que se integram de forma harmônica com o ambiente. Podemos notar também que as rígidas muralhas e pequenas muretas ficam bastante suavizadas, quando envoltas por arbustos e forrações, com diferentes texturas e cores.
É muito interessante como a vegetação tira a dureza dos ambientes. Em São Paulo, os moradores e comerciantes do entorno do Elevado Costa e Silva, por conta própria, ainda que com ações tímidas, como a disposição de vasos de plantas nas janelas e sacadas, levam os tons de verde para contracenar com o cinza da região. No final do ano passado, ações isoladas para transformar o Minhocão em area verde ganharam reforço importante, pois um jardim vertical foi instalado numa área de 220 m2, na Rua General Olímpio Silveira, e trouxe vida para o entorno degradado do elevado.
Há muito que fazer, e a organização da sociedade pode impulsionar o setor público para destinar novos olhares sobre o tema.
Formada em Engenharia agronômica, pela Escola de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ-USP e em Direito, pela Instituição Toledo de Ensino.
Tem pós graduação em Gestão Ambiental, pela ESALQ-USP e em Técnicas de Treinamento em Engenharia Agrícola, pela Sociedade Agrícola Alemã.
Desenvolve projetos de paisagismo, tendo experiência como proprietária da empresa Estado de Sítio Paisagismo, como professora universitária da disciplina e na direção de Horto Florestal , além de atividades de extensão na área ambiental e como colunista do tema.