Yes, nós temos banana!

Já foi o tempo em que nós, brasileiros, sentíamo-nos submissos às ações internacionais e um tanto incapazes quanto à participação nas decisões. Além de pejorativo, o tema acima foi abordado tanto para caracterizar uma ação restrita do nosso país, quanto para campanhas nacionalistas. Isto se estendeu para o campo cultural, principalmente.

Temos orgulho de nossa mistura multicultural e, aliás, talvez esta seja a nossa maior riqueza. Por isso, não vemos mal que, além das bananas, associem a nós tudo o que nos caracteriza como brasileiros.

Yes, nós temos também bananas!

Banana é o quarto produto alimentar mais produzido no mundo, sendo o segundo fruto mais produzido e consumido no Brasil. Originária do sudeste da Ásia, atualmente é cultivada em praticamente todas as regiões tropicais do planeta, em 130 países aproximadamente.

Engana-se quem pensa que esta fruta tropical serve apenas para matar a fome, rica em potássio e fibras.

A casca da banana, por exemplo, tem um valor inimaginável como alimento e suas folhas são utilizadas em rico artesanato. Em paisagismo, o uso de bananeiras oferece o ar típico de lugares tropicais e podemos utilizá-las para compor belos jardins, misturando com outras da mesma família, como helicônias (bananeiras ornamentais) e strelizias.

Além da beleza, o uso de bananeiras em projetos paisagísticos tem valor didático educacional, que resulta em sensibilização ambiental para as crianças.

Nelas percebemos o ciclo da vida com facilidade. De ciclo curto, após frutificar, a bananeira morre e dá lugar para a continuidade da vida, com nova brotação. Observar a transformação da flor da bananeira em fruto é um espetáculo da natureza, que merece ser observado.

O local de cultivo deverá ter boa luminosidade e temperatura entre 15 e 35 ºC, com umidade relativa do ar em torno de 80%.O solo deve ser fértil, do tipo areno-argiloso, profundo e bem drenado. Alguns cultivares de bananeira: nanica, prata, terra, maçã, entre outros, são apreciados por todo o país.

A bananeira não suporta competição, então não podemos deixar crescer mato ou grama junto dela, nem plantar outras plantas de raízes agressivas. Os tratos culturais consistem em eliminar as folhas secas, velhas e restos de cachos.

Além das comestíveis, existem as bananeiras ornamentais. Ainda não é claro para a ciência o lugar exato onde cada uma das espécies se desenvolveu.

Utilizar bananeiras em paisagismo é assumir nossa tropicalidade e celebrar a identidade com o nosso Brasil.

Nancy Thame

Formada em Engenharia agronômica, pela Escola de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ-USP e em Direito, pela Instituição Toledo de Ensino.
Tem pós graduação em Gestão Ambiental, pela ESALQ-USP e em Técnicas de Treinamento em Engenharia Agrícola, pela Sociedade Agrícola Alemã.
Desenvolve projetos de paisagismo, tendo experiência como proprietária da empresa Estado de Sítio Paisagismo, como professora universitária da disciplina e na direção de Horto Florestal , além de atividades de extensão na área ambiental e como colunista do tema.