Ensete ventricosum
bananeira-da-abissínia, bananeira-de-jardim, falsa-banana
A bananeira-de-jardim é uma planta herbácea, isto é, não lenhosa, chamando a atenção pela silhueta vistosa, encontrada em altitudes de até três mil metros. Suas folhas grandes, podem medir até 5 metros de comprimento e 1 metro de largura, semelhantes às folhas de bananeira. Parente das bananeiras (Musa sp), mas diferente por ter pecíolos curtos e caule suculento e ser bienal, já que morre após soltar frutos, não emitindo novos brotos. É uma planta típica de climas secos, capaz de viver sete anos sem água. Além de atingir a maturação em cinco anos, cresce até 12 metros e tem potencial para se expandir e alimentar 20 milhões de pessoas. Apesar de o fruto não ser comestível, os caules e raízes são usados para fazer papas e pão, de forma semelhante à batata, batata doce ou mandioca e as fibras das folhas podem ser utilizadas na fabricação de cordas, tecidos e papel.
Em 1640, o missionário jesuíta português Jerônimo Lobo (1593 – 1678) viajava pela antiga Abissínia e descreveu a planta como “uma árvore típica do país” que, quando feita para comer, “lembrava o nabo” passando a ser chamada “árvore dos pobres”, apesar de ser aproveitada por pessoas abastadas.
Em algumas tradições etíopes, acredita-se que a Ensete ventricosum foi um presente dos deuses para a humanidade. Diz-se que a planta foi concedida aos primeiros humanos para garantir sua sobrevivência, especialmente durante tempos de fome. Esta crença sublinha a importância da planta como fonte de alimento e segurança alimentar.
A multiplicação mais comum é por meio de sementes, mas também é possível propagá-la por divisão de rebentos, as sementes são duras e requerem escarificação para melhorar a germinação, deixando-as de molho em água morna por 24 a 48 horas para amolecer a casca. Ela pode produzir rebentos ou “filhotes” na base da planta principal, esses rebentos podem ser divididos e plantados separadamente.
- Sinônimos estrangeiros: ethiopian banana, abyssinian banana, pseudo-banana, false banana, wild banana, (em inglês); banano de Abisinia, banano falso, (em espanhol); bananier d’Abyssinie, bananier faux, (em francês); abyssinische banane, reisenderbaum, (em alemão); banano dell’Abissinia, albero del viaggiatore, (em italiano); jiǎ bā jiāo, ài sē è yì bǐ yā bā jiāo, (em chinês); entesu, tabito no ki, (em japonês); bananeu, yeohangjaui namu, (em coreano); mūz al-ḥabashah, insetah, (em árabe); nakali kela, yatri ka ped, (na Índia); banan abissinskiy, derevo puteshestvennika, (em russo).
- Família: Musaceae.
- Características: herbácea bienal e rizomatosa de porte arbóreo.
- Porte: 4,50 a 8,00 m de altura. excepcionalmente pode alcançar os 12,00 metros
- Fenologia: início do verão.
- Cor da flor: creme.
- Cor da folhagem: verde brilhante com um veio central avermelhado.
- Origem: Etiópia.
- Clima: tropical árido, não suporta geadas nem ventos fortes que podem lhe rasgar as folhas.
- Luminosidade: sol pleno.
Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos.