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Paisagismo e Jardinagem

A mobilização do verde por cidades melhores

Uma oportunidade para a causa das árvores

Passado o calor do embate eleitoral, abre-se a temporada de montagem das equipes e suas linhas de atuação no Executivo e Legislativo das mais de 5.500 cidades brasileiras. Este momento é uma janela de oportunidade para lutarmos pela causa das políticas qualificadas de arborização urbana, parques e paisagismo público como fator de desenvolvimento urbano sustentável, políticas estas que infelizmente acontecem na minoria dos municípios no país. Esta guerra de corações e mentes ainda pode ser ganha se usarmos estratégias inteligentes, amplas e integradoras.

“É possível cravar a mensagem da equação da boa cidade – mescla do natural e do construído, no coração das gestões”.

Para tanto, é preciso: uma coalisão transversal e coesa de diversas áreas de conhecimento e instituições; táticas conjugadas de guerra convencional e de guerrilha, como integração na gestão, organização da infraestrutura, desenho urbano, plantio e manejo agronômico, adequação local, qualificação dos projetos e dos ocupantes de cargos, entre outras; e sair da nossa zona de conforto, adentrando nos territórios pantanosos da gestão e da política, operando para o bem comum.

“A arma mais poderosa disponível a ser usada é a comunicação – com a pesada munição dos argumentos de todas as ordens, não só ambientais.”

Árvores precisam ser mostradas como equipamentos baratos e multifuncionais. Florestas de diversos tipos, como infraestrutura urbana promotora de serviços ambientais com importantes vantagens urbanísticas, sociais e econômicas. Arborização urbana, como ferramenta eficaz de várias políticas públicas: saúde, educação, segurança alimentar, acessibilidade, atenção social, drenagem, despoluição, desenvolvimento turístico, entre tantas. Devemos explorar o seu forte e duradouro retorno social, político e de gestão, com baixo custo. E que é possível desenvolver um bom programa de arborização, parques e praças em 4 anos com boas estratégias técnicas, vontade política e racionalização de recursos, ao qualificar as péssimas políticas de paisagismo público que predominam país afora, revertendo seu viés leigo e decorativo.

“O movimento ordeiro e eficaz de milhões de pessoas nas ruas exigindo uma melhor ordem política no país nos obriga – profissionais de diversas áreas, a atuar na direção da cidadania técnica, qualificando a democracia participativa.”

Temos de atuar no ordenamento das causas nobres que são de nosso domínio – de forma apartidária, técnica, plural e empreendedora. Isto depende da atitude de quem atua nas universidades, na gestão municipal, estadual e federal e nas cadeias produtivas do setor.

A mobilização das tropas, a ocupação dos espaços deve se dar de forma integrada, a partir de associações como ABAP, SBAU e ANP; dos diversos conselhos profissionais; dos quadros nas diversas instituições; das nossas áreas de influência pessoal. Os alvos

na busca de novos aliados são: transições e equipes de governos municipais; governos estaduais, consórcios e associações intermunicipais. E também novas áreas: saúde pública, esportes, energias, gestão e aonde mais houver espaço de luta.

“Exemplos e meios não nos faltam, agora é unir os exércitos e lutar o bom combate.”

Temos exemplos diversos para nos inspirar: em cidades como Goiânia, Curitiba, Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e Rio de Janeiro – entre muitas; em iniciativas como o programa “Municípios Verdes e Azuis” do estado de SP, e em muitos outros de universidades, associações e municipalidades. Agora é hora de usarmos o conceito de guerra total de Clausewitz, entendendo que não basta plantar árvores, é preciso plantar idéias e ideais para o máximo de pessoas e instituições país afora. O rompimento da linha inimiga principal ainda é transformar as árvores e as florestas em infraestrutura urbana multifuncional, com a obrigação de sua implantação pelas gestões municipais.

Muito mais do que sermos meros lobistas, temos de abraçar a causa das árvores e das florestas urbanas como seus guerreiros. A nação verde já conta com a enorme força do conhecimento e da atuação isolada de diversas tribos que acreditam na força das árvores e das florestas como fundamental na construção de cidades saudáveis e sustentáveis. Agora estas tribos precisam se unir e mobilizar a nação. É hora de entrarmos com toda a nossa alma na guerra da gestão das cidades, pelo bem do Brasil.

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