Presos participam de programa de reflorestamento para reduzir pena
Os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro têm investido em projetos penitenciários voltados para a recomposição ecológica aliada à capacitação de presos. Os programas já contam com 500 detentos de 15 unidades aderidas, segundo informações de secretarias de Administração de Penitências.
O projeto é benéfico para todas as partes envolvidas: ganha o meio ambiente com a restauração florestal, e as empresas envolvidas, que recebem retorno financeiro, com baixos gastos de execução e sua contribuição social. A capacitação técnica é oferecida em segmentos, como reflorestamento, paisagismo, viveirismo e horticultura. O objetivo é que os detentos estejam qualificados para o mercado de trabalho quando ficarem em liberdade.
Entre as cidades de São Paulo que receberam o programa, está Tremembé, com duas penitenciárias, e Bauru, no antigo Instituto Penal Agrícola. O apoio à iniciativa do Estado fica por conta da Fundação de Amparo ao Preso (Funap), a Florestas Inteligentes e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).
Estas parcerias rendem aos detentos a participação em todos os processos de produção das mudas, que vai desde a seleção das sementes, a transformação delas em plântulas, a fabricação de terra vegetal, de vasos biodegradáveis, até a manutenção dessas plantas no campo produtivo. Apenas em Tremembé, cerca de 150 mil mudas são confeccionadas por mês.
No Rio de Janeiro, a parceria acontece com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e o programa é bem similar. Ao todo, nas mais de dez penitenciárias, são 150 presidiários beneficiados que restabelecem a mata ciliar dos rios Gandu e Macacu.
“O programa existe há cinco anos. O resultado do trabalho deles [dos presos] é excelente. Eles são treinados, capacitados e dedicados. Alguns, quando saem, vão trabalhar em empresas, abrem hortas”, conta o presidente da Cedae, Wagner Victer. Ele ainda conta que o nível de retorno ao crime é baixíssimo.
Para o primeiro semestre deste ano, está prevista a inauguração de um novo viveiro em Magé, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A estimativa é de que haja uma produção de 1,1 milhão de mudas por ano.
Seja em São Paulo ou no Rio de Janeiro, os detentos, além de receberem um salário pela mão-de-obra, podem reduzir sua pena em um dia, a cada três trabalhados.
Com informações do CicloVivo e do G1
Fotos: Carlos Hansen/Florestas Inteligentes
Isabela Meleiro é jornalista, redatora, fotógrafa e revisora.