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Paisagismo e Jardinagem

Sakuras florescem na paisagem paulistana

As cerejeiras-do-japão (Prunus serrulata) são consideradas as árvores-símbolo daquele país que lhes dá o nome e se tornaram, também, emblema identitário dos imigrantes nipônicos e de seus descendentes no Brasil. No Japão, ela se chama sakura e representa a felicidade. Simbolicamente, associa-se à imagem do samurai, cuja vida costumava ser tão efêmera quanto à da própria flor da cerejeira.

Começaram a ser cultivadas na cidade de São Paulo no final da década de 1970(1), especialmente no Parque do Carmo, na zona Leste da cidade, por influência da colônia japonesa residente naquela região. Porém, existem bons grupamentos delas, cultivados no Parque do Ibirapuera, na zona Sul, e em outros locais da cidade habitados por comunidades nipônicas. Seu florescimento no País ocorre durante o inverno, pois concentra-se entre meados de julho e agosto. No Japão e nos EUA – onde a espécie, também, já é abundantemente cultivada –, a floração se dá na primavera, especialmente, entre os meses de março e abril. As condições climáticas do inverno brasileiro, mais quentes que as prevalecentes no Hemisfério Norte, favoreceram a adaptação das sakuras neste período.

O Japão possui cerca de 200 diferentes espécies de cerejeiras, as quais se diferenciam, principalmente, pela coloração das flores – que vai do vermelho ao branco, e passa por pêssego e rosa – e pelo formato e quantidade de pétalas. A introdução da espécie no Brasil foi problemática e a maioria não sobreviveu devido às diferenças geoecológicas entre os países. O sucesso veio, apenas, com a introdução das espécies nativas de Okinawa – ilha ao Sul do país – e das regiões de Himalaia, Yukiwari e Oshima, que, por terem condições climáticas mais próximas às nacionais, favoreceram seu estabelecimento no território brasileiro. Essas espécies são conhecidas pelos nomes das suas respectivas regiões de origem no Japão.

Atualmente, o Parque do Carmo, no seu Bosque das Cerejeiras, possui quase 4 mil pés desta árvore ornamental, distribuídos por perto de 10 hectares. Cerca de 1.500 pés da espécie Yukiwari já se encontram em fase de floração, que durará, apenas, algo em torno de 15 dias, motivo pelo qual a festa ocorre sempre na primeira semana deste mês (2) 1. Os demais, são dos tipos Himalaia, Okinawa e Oshima, cujas floradas ocorreram desde o final do mês de junho.
Nestas oportunidades da floração da cerejeira-do-japão se pratica um ritual ao ar livre, conhecido como “hanami”, que significa “ver/apreciar as flores”, rito secular originado nos jardins do palácio imperial de Kyoto, quando esta província se tornou capital do Japão, por volta do século VIII.

Em 2011, por iniciativa de Koichi Nagazawa, presidente da Associação da Província de Miyagui, foi obtida uma licença, junto à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Paulo, para que 70 destas árvores fossem, também, plantadas nas calçadas do bairro da Liberdade, reduto histórico da comunidade oriental na capital paulista. A conquista abrangeu as calçadas das ruas Liberdade, São Joaquim e Fagundes, inserindo-se no âmbito do Programa Liberdade Verde, o qual visa atingir 1.500 árvores de diferentes espécies plantadas em todo o bairro.

Notas

(1) O primeiro plantio oficial das cerejeiras-do-japão que, efetivamente, vingou no Brasil, foi realizado em 1978, em comemoração aos 70 anos da Imigração Japonesa no país. Nas tentativas feitas no ano anterior (1977), realizadas pelo poeta japonês Katsuotoshi Matsubara, as 300 mudas vindas do Japão e da cidade paulista de Campos do Jordão não sobreviveram.

(2) Em 2012, foi comemorada a 34ª Festa das Cerejeiras em Flor, no Parque do Carmo.

Fotos: Wikipédia.

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One Comment

  1. Bom dia… Muito obrigado – Plantei uma muda de cerejeira adquirida em campos do jordão já uns 03 anos e ela não deu flor até o momento. Vc acha que tenho que fazer alguma coisa?

    Att

    Bene

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