Poluição nas cidades
Muitas plantas crescem indiferentes frente a liberação de ácido nítrico, monóxido de carbono, enxofre, entre outros, motivados pela atividade das indústrias, veículos e incineração de lixo.

Schinus terebinthifolius – aroeira-mansa | Foto de Forest & Kim Starr, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons
Os paisagistas do século XXI precisam estar um pouco mais atentos quando projetam um jardim nos ambientes urbanos, particularmente naqueles que estão cercados de edifícios, localizados próximos de ruas e avenidas, com um fluxo intenso de veículos. Essas áreas verdes podem fazer parte de residências, como de escritórios, ambientes corporativos ou prédios. Obviamente devem ser cuidadosos considerando as áreas ensolaradas, assim como aquelas onde os raios solares não se expandem por causa da sombra de edificações próximas. Igualmente precisa ser observado a profundidade do solo, especialmente quando essa área verde irá desenvolver em cima de uma laje, onde a irrigação tem que ser considerada, já que é normal, nesse caso, uma umidade menor do que em um solo profundo. Os ventos também são canalizados, alcançando uma velocidade maior, quando afetam os conglomerados urbanos e isto incide no desenvolvimento das plantas, que podem sofrer com este fenômeno ou não, sendo totalmente insensíveis às correntes de ar ocasionadas por fortes ventanias.

Syagrus romanzoffiana – jerivá | Foto de Mmcknight4, Public domain, via Wikimedia Commons
Enfim, as metrópoles, que não param de crescer no Brasil, nos forçam a pensar de modo muito mais abrangente daquele feito pelos paisagistas do século passado, onde a estética era o único ponto fundamental, desconsiderando fatores ambientais e de manutenção que incidem em um espaço verde, transformando-o em sustentável ou em incoerente desde o ponto de vista paisagístico.
Mas talvez uma das questões mais aflitivas seja a da poluição urbana. Ela afeta profundamente a vegetação inibindo o crescimento, deixando árvores e arbustos atarracados, com suas ritidomas (a superfície dos troncos, constituída por uma camada externa em forma de casca) mais encorpados e densos, para se proteger da chuva ácida e dos poluentes.

Plumbago auriculata – plumbago | Foto de Spaedtke aka Spade, Public domain, via Wikimedia Commons
Como resolver este problema? Bom, conhecendo espécies indiferentes a essas substancias poluidoras. No meu livro “Planta Certa para o Lugar Certo” relaciono uma longa lista, onde figuram árvores, palmeiras e arbustos, que desenvolvem insensíveis a poluição do ar.
Entre elas destaco:
ÁRVORES
- Bauhinia forficata – pata-de-vaca;
- Caesalpinia peltophoroides – sibipiruna;
- Cassia leptophylla – falso-barbatimão;
- Cecropia hololeuca – embaúba-prateada;
- Cordia trichotoma – louro-pardo;
- Dalbergia nigra – jacarandá-da-bahia;
- Erythrina speciosa – eritrina-candelabro;
- Handroanthus chrysotrichus – ipê-amarelo-cascudo;
- Handroanthus impetiginosus – ipê-roxo-de-bola;
- Handroanthus roseo-albus – ipê-branco;
- Hymenaea courbaril – jatobá;
- Inga marginata – ingá-feijão;
- Licania tomentosa – oitizeiro;
- Machaerium aculeatum – jacarandá-bico-de-pato;
- Piptadenia gonoacantha – pau-jacaré;
- Psidium guajava – goiabeira;
- Pterocarpus violaceus – aldrago;
- Schinus terebinthifolius – aroeira-mansa;
- Schizolobium parahyba – guapuruvu;
- Senna macranthera – manduirana;
- Tibouchina granulosa – quaresmeira.
a
PALMEIRAS
- Syagrus romanzoffiana – jerivá.
a
ARBUSTOS
- Calliandra tweedii – esponjinha-vermelha;
- Codiaeum variegatum – croton;
- Jasminum mesnyi – jasmim-amarelo;
- Mussaenda erythrophylla – mussaenda-vermelha;
- Nerium oleander – espirradeira;
- Plumbago auriculata – plumbago;
- Senna alata – maria-preta.
Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos.