Sobre labirintos
Os primeiros labirintos conhecidos foram monumentos arquitetônicos, construídos no Egito e na ilha Greta, há 4000 anos.
No século XIX a.C., o faraó Amenemhet III ergueu um intricado e vasto palácio, com centenas de cômodos, pátios, escadarias e antros. A finalidade, provavelmente, era manter afastados os visitantes indesejados. A gigantesca construção ficou conhecida como o “Labirinto Egípcio”. De acordo com os dois únicos e antigos historiadores que o viram com seus próprios olhos, era mais impressionante que as Pirâmides de Gisé. Arqueólogos modernos conseguiram determinar o lugar onde ele surgia: na beira de um lago, distante sete dias de viagem da atual Cairo. Nada resta, porém, desse misterioso monumento.

O palácio de Knossos visto pelo satélite
O mais conhecido dos labirintos arquitetônicos antigos é o palácio Minoano de Knossos, em Creta. Tratava-se de um extenso complexo formado por corredores, escadas e pátios internos, que interligavam cerca de 1.300 aposentos. A construção ocupava uma área de três acres. Era o lar, segundo a lenda, do Minotauro: um monstro de corpo humano e cabeça de touro, que devorava jovens. Ficou totalmente destruído em um incêndio no século XV a.C.
O que sobrou para a posteridade foi um símbolo, hoje, conhecido como labirinto de Greta ou dos Sete Circuitos, que consiste em um caminho que vai até um ponto central e volta formando sete círculos concêntricos. As origens desse símbolo são misteriosas.
Ele só chegou até nós, porque, geração após geração, civilização após civilização, aprendeu a desenhá-lo. Aparece em lajotas recuperadas em Pylos, na Grécia; em vasos etruscos, em rochas esculpidas, na Espanha; em telhas, do Parthenon de Athenas; e, até, numa cava de granito, no Egito. Mas o fato mais intrigante é que esse labirinto espelha o movimento que o planeta Mercúrio faz no céu, durante um longo período.
Labirintos Romanos de mosaicos para pisos
Apesar de serem diferentes do labirinto de Creta, os de mosaico, construídos pelos romanos, nada mais eram do que elaborações em formato de quatro quadrantes. Uma imagem de Teseu e do Minotauro é frequente na parte central do desenho. A maioria, não o suficientemente grande para ser percorrida; foram encontradas nas soleiras de ruínas em entradas de casas e mansões, o que talvez indique que a função era proteger contra influências malignas. Conhecem-se cerca de 60 desses mosaicos, espalhados por quase toda a área do Império Romano (Itália, Egito, Síria e Inglaterra).

Minotauro no labirinto, num mosaico romano, encontrado em Conímbriga
Outro uso do labirinto pelos romanos nos é relatado por Plínio, que descreveu intricados percursos, construídos em áreas destinadas ao treinamento de tropas montadas a cavalo.
Labirintos em Igrejas
Ao chegar na Idade Média, os labirintos começam a aparecer nas igrejas cristãs, por toda a Europa. Eram pintados nas paredes ou incrustados nos pisos. A sua finalidade permanece duvidosa. Para alguns estudiosos, representam as dificuldades que o cristão enfrenta durante toda a vida, para outros, são símbolo dos intricados meandros do pecado.
Alguns dos maiores labirintos de piso podem ter sido usados como caminhos miniaturizados, pois os padres costumavam enviar os fiéis em peregrinações a lugares distantes considerados sagrados, para se redimirem dos pecados. O labirinto era o substituto ideal parta a remissão de pequenos pecados ou para o caso do penitente não poder fazer a viagem. Acredita-se que o “pecador” fazia o percurso na igreja de joelhos, ao recitar orações.

Catedral de Chartres
O mais antigo desses labirintos encontra-se na Basílica de Orleansville, na Algeria, e data de 400 d.C. A maioria das igrejas construídas na Itália e na França, no século XII, incluem nos planos de edificação esse tipo de construção. Um dos maiores se encontrava no piso da nave central da Catedral de Amiens e tinha cerca de 42 pés de diâmetro. Construído em 1288, foi destruído em 1825. Muitos belos exemplos ainda estão visíveis e bastante bem preservados em várias Catedrais europeias.
Labirintos ingleses
O tipo de labirinto de igreja descrito acima não pegou na Inglaterra. Porém, outro tipo se tornou popular e pode, ainda, ser encontrado nos vilarejos por todo o país. Trata-se do “Turf Maze”, que consiste em um percurso cavado no solo, a uma profundidade de cerca de seis polegadas e com diâmetros que variam entre 25 e 80 pés. A origem é antiga e pode estar ligada ao entretenimento das crianças.

Labirinto de Longleat, Reino Unido
Num livro sobre a história do País de Gales, publicado em 1740, existe uma referência ao curioso costume que tinham os pastores da região, de cortar a turfa em forma de labirinto, o que justifica o fato de muitos deles serem conhecidos pelo nome de Shepherd’s Race.
Outros, conhecidos como Troy town, provavelmente, tem relação com a antiga Tróia, que, segundo a lenda, era protegida por sete muralhas que formavam um labirinto inatacável.
As linhas de Nazca
Um estranho parente dos labirintos de piso está localizado no Peru e foi feito entre 200 a.C e 300 d.C. São as chamadas Linhas de Nazca, com grandes formas geométricas que só podem ser vistas do alto.

Muitas são as explicações para o significado desses misteriosos desenhos esculpidos sobre as pedras de um platô andino: para alguns, tratam-se de mapas para localizar águas subterrâneas, outros, dizem que são pistas de pouso para UFOs. Alguns pesquisadores sugeriram que as linhas são o caminho a percorrer pelos fiéis para ir de altar a altar, meditando e rezando. Se for verdade, sua finalidade seria bastante similar a dos labirintos de igrejas europeias.
Labirintos de topiarias
A mais conhecida e apreciada forma de se construir um labirinto é, sem dúvida, esta. O uso de sebes em jardins, data da época romana, mas a primeira referência a um feito com esse tipo de cerca viva podada, é do século XIII, na Bélgica.
Na Inglaterra, apareceu no século XVI e, na segunda metade do século XVII, Luís XIV ordenou a construção de um labirinto dessa natureza como parte dos jardins em Versailles. Esse monumento incluía 39 grupos de estátuas agrupadas em fontes, representando as fábulas de Esopo.
Talvez, o mais conhecido labirinto de sebes seja o de Hampton Court, na Inglaterra. Construído em 1690, onde, precedentemente, havia outro, não é dos maiores, mas é visitado ainda hoje.
Como na maioria desse tipo de labirinto, as sebes são altas e as pessoas, portanto, podem visualizar o percurso para se chegar ao centro, somente, se estiverem em um lugar alto.
Recentemente, nos Estados Unidos, estão se tornando populares os labirintos construídos em milharais que, naturalmente, são destruídos quando o milho seca.









Bom dia! Muito importante quando divulgamos o labirinto, pois as pessoas tem muitas duvidas sobre o tema. Veja em nosso blog o trabalho de pesquisa, criação e arte com labirintos para jardim, meditação, terapia e em tecido.
Sergio