Desenvolvimento e Sustentabilidade: um grande desafio
Recentemente, tive a oportunidade de conhecer dois países latino- americanos: o México e a Costa Rica. Países que, como o Brasil, possuem uma grande riqueza cultural e ambiental.
No México, o contraste entre as classes sociais me chamou muito a atenção. Apesar de possuir um grande potencial natural e cultural, parece-me que ainda falta a participação do governo para promover e estimular esse patrimônio. Por exemplo, no passeio à Xochimilco, área de produção e comercialização de plantas ornamentais, é impressionante como, nesse local fortemente pitoresco, é clara a falta de infraestrutura, apoio aos produtores e conservação, já que a região é desprovida, até mesmo, de uma coleta de lixo eficiente.
Na Costa Rica, participei de uma viagem técnica, organizada pelo paisagista e amigo Raul Cânovas. Foram sete dias de visita a reservas ambientais, vulcão, jardim botânico e a uma exuberante chácara particular. À noite, sempre tínhamos uma palestra referente à paisagem local. As condições ambientais e topográficas desse pequeno país da América Central fazem dele um grande patrimônio natural da humanidade, no qual vivem 5% da biodiversidade do planeta, o que abrange mais de mil orquídeas e outras 10 mil espécies tropicais.
Participar dessas viagens é uma grande oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos botânico e paisagístico, além de permitir a troca de experiência com profissionais da área.
Acredito que o Brasil, o México e a Costa Rica têm em comum um grande desafio pela frente: conservar e transformar toda essa riqueza cultural e natural em instrumento de desenvolvimento sustentável e mostrar para o mundo que se pode crescer sem destruir o nosso meio ambiente.
A Rio+20 foi uma grande oportunidade que o mundo teve de, mais uma vez, discutir as questões ambientais, a necessidade de um modelo econômico, que respeite os recursos naturais de cada região e de fazer com que a sustentabilidade não seja mais uma expressão bonita e coloquial. É fundamental que se tracem metas para garantir o crescimento sustentável. Os chamados “países ricos” não podem querer que, apenas, aqueles em desenvolvimento paguem essa conta. Esse é um dever de todas as nações e nenhum governo pode ficar ausente a esse compromisso.
Engenheiro Agrônomo / Paisagista – Atua na área de projeto, execução e manutenção de jardins. Trabalha com paisagismo há 25 anos. Iniciou a sua primeira empresa no município de Itabuna, no sul da Bahia. Hoje é sócio-diretor da Terra Verde Paisagismo, em Salvador, e desenvolve projetos em vários Estados do Brasil: Recife, São Paulo, Aracajú, além de atuar com muita frequência no extremo sul da Bahia, na região de Trancoso. Como palestrante, tem atuado em todo Brasil, falando de temas como Meio Ambiente, Atendimento, Marketing, Pós-venda, etc. Foi o primeiro presidente da ASPABa (Associação dos profissionais de paisagismo da Bahia).