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Paisagismo e Jardinagem

Calçadas arborizadas

Estreitas ou largas, em ruas apertadas ou grandes avenidas, árvores são imprescindíveis.

Se você for plantar uma muda na calçada, fique atento para que a espécie escolhida possua raízes médias ou profundas, evitando futuras dores de cabeça com pisos arrebentados, muros trincados, entupimentos nas redes de água e esgotos e até problemas com os próprios alicerces de sua casa. Tome cuidado com a florada, as pétalas podem manchar a pintura dos carros. Algumas árvores, como é o caso da quaresmeira, têm corantes nas suas corolas florais tão fortes que, quando caem úmidos e em contato com o sol, desprendem pigmentos, deixando marcas na lataria dos automóveis.

Folhas muito pequenas podem entupir os respiradores do capô desses veículos, assim como, também, as calhas próximas dos telhados. Outro fator a ser considerado é a frutificação delas; não é de bom senso usar plantas com frutos suculentos, isto é, com polpas que possuem muito sumo, porque no chão podem ocasionar escorregões e quedas. Frutos grandes, nem pensar! Mangueiras, abacateiros e goiabeiras são um perigo quando usados nos passeios públicos. Apesar da arborização com mangueiras em Belém do Pará, que inegavelmente trazem benefícios fantásticos funcionando como filtros dos raios solares, elas transformaram o “cartão postal” em uma questão de saúde urbana. As centenárias, como as de plantio mais recente, caem nessa cidade porque estão concentradas em locais densamente habitados e com tráfego intenso. Elas quebram os para-brisas dos carros e sofrem por causa das fundações dos edifícios, das marquises, de todo esse mobiliário urbano e especialmente com a fiação aérea e a rede subterrânea de água e esgotos. A trepidação do asfalto e o aumento da poluição são fatores que determinam uma reflexão sobre a utilização dessas árvores frutíferas.

Outro aspecto a ser levado em conta é a altura e a forma da copa que terá quando adulta. O ideal é que os primeiros galhos surjam do tronco principal a, pelo menos, 2,30 metros do chão, permitindo o livre trânsito de pedestres, inclusive nos dias chuvosos quando andam com guarda-chuvas abertos. Copas excessivamente largas e perto das fachadas dos prédios podem facilitar o acesso de alguém que se utilize dos ramos para entrar pela janela de um apartamento nos dois primeiros andares e “fazer a festa”, roubando os moradores. Neste caso, prefira aquelas com formas colunares ou piramidais. A densidade da fronde também deve ser vista como algo relevante na escolha. Em vias com pouca largura e cercadas por edificações altas, opte por árvores com copas transparentes, que permitem a entrada de mais luz solar. Se, pelo contrário, a arborização for feita em avenidas com orientação Leste – Oeste e, por conseguinte, com muito sol durante o dia, devem ser selecionadas essências arbóreas com copas densas para oferecer sombreamento às calçadas.

Enfim, um projeto de arborização deixou de ser uma atividade de amadores. Atualmente é necessário um planejamento sério para que nossas cidades propiciem um bem-estar, no mínimo, aceitável a seus cidadãos.

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