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Paisagismo e Jardinagem

Sabão

O sabão não é um produto encontrado na natureza, mas seu processo de fabricação é antigo, tal como o do pão, do queijo, do vinho, do vidro, da cerâmica e de outros mais, que apareceram acidentalmente e se perpetuam até nossos dias.

Presume-se que o sabão apareceu em tempos pré-históricos, quando os povos da época perceberam que, ao colocar água em recipientes que continham as cinzas de carne, aparecia uma substância espumante. Alguém (provavelmente uma mulher) notou que os recipientes ficavam mais limpos (e as mãos também) enquanto este fato acontecia.

A antiga técnica de fabricação de sabão foi descrita pelo historiador romano Plínio, o Velho (23-79 d.C), mas, evidências arqueológicas indicam o aparecimento de um material parecido com o sabão já em 2.800 a.C, na Babilônia: encontraram-se inscrições próximas a cilindros de barro, que indicavam que os habitantes ferviam gordura animal com cinzas, para depois utilizar o produto como pomada para ferimentos ou para facilitar a execução de elaborados penteados. O mesmo acontecia no Egito, onde a mistura era usada, também, no tratamento de doenças da pele. As propriedades de limpeza do “sabão” ainda não haviam sido descobertas…

Nos famosos e documentados banhos de Cleópatra, usavam-se óleos, leite de égua e areia fina como abrasivo, nada de sabão!

Na Grécia, limpavam-se os corpos com blocos de barro, areia, pedra pomes e cinzas, após isso, aplicava-se óleo. Tal sistema permitia remover gordura e células mortas, o que deixava a pele limpa.

Os povos celtas teriam descoberto uma substância feita, também, de cinzas e sebo, que utilizavam para tingir os seus cabelos de vermelho, na higiene pessoal e na lavagem de roupas e utensílios.

Todavia, foi em Roma que se encontrou a prova definitiva da produção de sabão. A origem estaria em Monte Sapo, onde se realizavam sacrifícios de animais, que depois eram cremados em fogueiras. Quando chovia, a água arrastava a mistura de resíduo de sebo animal e cinza até o Rio Tibre, onde as mulheres costumavam lavar as roupas. Logo, perceberam que as roupas ficavam limpas mais rápido com o barro daquelas margens e, assim, o lugar se tornou muito popular.

Apesar dos banhos públicos serem elementos importantes na sociedade romana, desde os primórdios, usava-se neles, para limpeza corporal, o mesmo sistema dos gregos, com a adição final de bálsamos de ervas. Foi somente no final do império, que o uso do sabão, recomendado pelos médicos como benéfico para a pele, se generalizou. A primeira terma de Roma, abastecida por aqueduto que os romanos sabiam tão bem construir, data do século III a.C.

Nas ruínas de Pompéia foram encontrados os restos de uma fábrica de sabão em barras.

Após a queda do Império Romano, houve o declínio dos hábitos de banho em todo o Ocidente e o impacto da sujeira pessoal e as condições de vida da época (totalmente insalubres), foram fatores primordiais para a eclosão das grandes epidemias da Idade Média. Àquela altura, mesmo os banhos frequentados pelos nobres, foram fechados pelas autoridades, que acreditavam serem, eles, os veículos da propagação de doenças e fonte de maus costumes.

A produção de sabão se revitalizou na Itália e na Espanha, a partir do século VIII, na França, no século XIII e na Inglaterra, no século XIV. O produto fabricado até então, que não era adequado para o banho, tinha como matéria prima o azeite, portanto, possuía uma qualidade superior que os produzidos a partir do sebo ou do óleo de peixe, que eram feitos no Norte da Europa.

No Renascimento, a ideia de manter o corpo limpo foi abandonada e os “banhos com água” foram substituídos pelos “banhos com fortes perfumes e essências”. Contudo, apesar do banho ser um hábito popular durante os séculos XVII e XVIII, o sabão permaneceu como um artigo valioso e útil para a lavagem da roupa.

No princípio do século XVIII, a produtividade dos olivais diminuiu e os produtores de sabão precisaram modificar sua fórmula, que passou a ser baseada em gorduras animais e vegetais.

A produção comercial do sabão foi impulsionada pelo processo de fabricação (patenteada em 1791), do químico francês N. Leblanc. Esse novo processo utilizava sal comum para produzir a barrilha (carbonato de sódio), elemento ativo encontrado nas cinzas. O resultado dessa invenção foi uma soda de melhor qualidade e custo mais baixo.

No final do século XVIII, o banho voltou a estar na moda, como tratamento médico e fortificante. À medida que mais médicos prescreviam a “cura da água”, a ideia de banho se tornou mais aceitável.

Gradativamente, uma maior variedade de sabões ficaram disponíveis e foram misturadas diversas plantas e fragrâncias à composição básica. Apareceram, então, produtos específicos para barba, cabelos, banho e roupa.

Outro progresso foi o processo da amônia (meados do séc. XIX), inventado pelo belga E. Solvay, que não só reduziu ainda mais o custo da soda, como melhorou, também, a sua qualidade.

No século XIX, instalaram-se casas de banhos e lavanderias públicas, tanto na Europa, como nas Américas, e o banho passou a ser visto por milhões de pessoas como necessário e saudável.

O primeiro a abrir uma fábrica de sabão nos Estados Unidos, foi William Colgate (1806), que também foi o pioneiro na introdução do sabonete perfumado (1872).

A maioria dos produtos no mercado atual, não é verdadeiramente sabão, mas detergentes criados a partir de materiais derivados do petróleo. Alguns tipos contêm ingredientes encontrados na natureza, radicalmente transformados por processos industriais complexos. O sabão resultante tem poucas semelhanças com o fabricado através dos tempos.

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2 Comments

  1. MUITO INTERESSANTE O ARTIGO SOBRE A HISTORIA DA ORIGEM DO SABÃO.

  2. Sandra,gostei da sua postagem; Deus que ilumine a ti e os seus; obrigada.

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